A falsa sensação de estar no controle
- Gabriela Casari
- 11 de out. de 2021
- 3 min de leitura
Hoje eu vou contar a vocês, uma breve história e quero ver se vocês se simpatizam por isso.
Venho tentando mudar de cidade com a família há alguns meses, e até agora sem sucesso. Uma hora a casa não nos agradava tanto, outra hora já tinha pessoas na nossa frente. Vários empecilhos até chegar o GRANDE DIA.
Fomos informados de uma casa bacana que estava alugando na cidade desejada, marcamos para o próximo sábado a nossa visita ao imóvel e até ai tudo bem. Na noite de sexta feira, recebemos uma ligação de que havia mais um imóvel disponível para vermos o dia seguinte.
Acordamos animados e fomos ao local informado pela 2° casa.
Chegando lá, nos apaixonamos. A pintura, o portão, a rua, a vizinhança, tudo parecia ser perfeito. No interior da casa, mais e mais surpresas positivas. Decidimos, era lá que iríamos morar.
Já nem fazia sentido ver a primeira casa, nada mais poderia nos comportar e nos surpreender de tal maneira.
Tudo fechado, dono avisado, e lá vamos nós, iniciando nossos processos para a mudança programada em 20 dias.
Mas como nem tudo são flores, o instinto tomou conta de mim e algo não estava tão bem assim, na terça feira o dono me manda uma mensagem pedindo para ter calma no processo e esperar até na quinta para uma conversa definitiva. Ali eu já sentia ser o fim, algo tão programado, desejado e tão surpreendente não poderia dar certo, eu sentia que ainda tinha alguma coisa para falhar.
Dois dias pareciam 100, diante de tanta ansiedade e vontade de controle que eu tinha.
Logo eu, a pessoa que menos sabia lidar com o inesperado mas que vinha aprendendo e falando sobre parar de ter a falsa sensação de controle sobre tudo, estava ali, tentando controlar uma situação que não dependia de mim. O que aconteceu? Eu fiquei extremamente tensa e frustrada, senti que estava falhando duas vezes, por ter informação sobre o controle e por mesmo assim continuar na vibe dele.
E foi então que eu fiz o que tenho feito de melhor por mim, meditei, fiz yoga, coloquei um mantra de liberação, fiz reiki e encarei a vida. Quando o peso do controle saiu das minhas costas, eu senti que eu poderia voar e que toda e qualquer decisão daquela casa seria a melhor resposta para a vida da minha família.
Quando eu me permiti soltar as rédeas daquele cavalo que tem vida própria, desejos, escolhas, consequências e que não depende de mim, eu pude me ver, eu pude olhar para o que eu precisava mudar e não o que ele precisava.
Olhei para dentro e me encontrei ferida, precisando cuidar de mim e sobre tudo, me amar.
Nós passamos a vida toda querendo estar no comando, como uma forma de proteção, de se manter distante da dor e sofrimento que é ter algo diferente do que nós desejamos. Não é fácil estar vulnerável e muito menos conseguir sair da nossa vulnerabilidade. Mas ai eu te pergunto... se não for você, quem é que vai fazer isso? Quem é que vai te enxergar por dentro e realmente propor uma mudança, um acolhimento por inteiro? Somente você pode fazer isso, exatamente como eu fiz ou de uma forma totalmente diferente e sua, mas o importante é fazer.
Permitir soltar para que as coisas se tornassem leves ao chegar.
. Geralmente somos cruel demais com a gente, e sempre achamos que somos merecedoras de uma parcela muito pequena, então por que não permitir que o melhor chegue?
Até logo.
Com amor, Gabi.

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